quinta-feira, 1 de outubro de 2009

paulo leminski



Acabei de voltar da exposição que tá rolando no Itaú Cultural da Paulista. Excelente! Várias entrevistas e poemas q não conhecia... O melhor de tudo, é de grátis! Esse é um dos poetas que eu mais gosto de digerir...

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nunca quis ser freguês distinto
pedindo isso e aquilo
vinho tinto
vinho tinto
obrigado
hasta la vista

queria entrar
com os dois pés
no peito dos porteiros
dizendo pro espelho
- cala a boca
e pro relógio
- abaixo os ponteiros.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Quando nasci...


Quando nasci um anjo bobo,
desses que parecem curinga,
contou uma piada pra mim.
Como tivesse tomado pinga,
achei ela muito engraçada
e repeti a galhofa sem fim,
criando assim a palhaçada,
que se espalhou pelo globo.

Me ensinou com franqueza
que toda piada é a mesma,
só muda a balada, a toada,
a roupa lhe faz personagem,
mas esconde sua alma pelada
de verdade gostosa, gozada.
Tal qual qualquer chiste
que nossa cultura assiste.

Trata-se da veste do bobo
que pisa por vezes no fogo,
malabares com certa ferrugem,
toma quedas, silvos de escárnio.
Todo bobo é um funcionário,
com crachá, horário e salário:
advogado e promotor do demônio,
comandante geral dos hormônios.

O jocoso não arrependido
é tudo menos fingido...
eis o refúgio secreto do cômico
rir à toa de toda ferida
e ofegar de risada querida
com veneno de rótulo irônico,
que põe culpados em pânico
e carrancas a pedir penico

Os humores são como marretas
que quebram qualquer gelo,
e despedaçam estatuetas.
São raros silêncios singelos,
é a compreensão do bom gosto
com aquele rubor no rosto
de quem recebe o martelo
e de medo arrepia seu pelo.

Quando nasci um anjo bufão
me ensinou a rimar e então,
como tivera tomado cachaça,
não acabou nunca a graça
e assim no coreto da praça
ficamos a fazer arruaça
com a voz rouca, enternecida,
dando muita risada da vida.

sábado, 25 de julho de 2009

Londres & Londrina

De Londres a Londrina
não é qualquer esquina
qualquer menina,
qualquer neblina
de Londres a londrina
não é pequena sina,
não somos mais longe,
só não é o mesmo clima
de Londrina até Londres
tem som de tangerina
que foge dos sabores
selando dois amores
de Londres a Londrina
não é qualquer esquina
qualquer guitarra
que se arranha que me amarra
me alucina a Inglaterra
de Londres a Londrina
meu amor é teu intacto,
minha cratera é teu impacto
de Londres a Londrina
o oceano se destina
aos rios sem horizonte
sem beijinhos ou ponte,
há paixão que não se ensina
de Londrina até Londres
de Londres a Londrina
faz da nau um verso torto
nosso mar um amor morto
sem peixinhos, sem um porto
de Londres a Londrina.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Tradição Oral

Meu avô que é vivo é velhinho, e nunca me contou uma só história. Meu avô nunca me disse nada direito, nem dele, nem de ninguém. Só sei dele o que me falam e a tristeza que vejo naqueles olhos de nunca ter sido entendido direito por nenhum neto. Dá muito trabalho ouvir ele.
É como se ele tivesse perdido a Voz; maiúscula, que vai além do som articulado no ar. Hoje só lhe restam atos. Eu o amo, mas a expressão corporal dele não é das mais simples. A depressão veio e foi, veio e foi com o tempo. O álcool não. Perder pessoas queridas só não é pior que perder a si próprio. Uma vez, várias vezes, até hoje troco umas palavras com o Biguá, meu avô.
Um transeunte que anda semicorcunda, ritmadamente pelas calçadas, com os braços para trás do tronco, segurando o cotovelo esquerdo com a mão direita. Andar que combina com o apelido ornitológico. Moreno, cabelos grisalhos e sem a menor perspectiva de calvície, nariz italiano. Faz mais de trinta anos que ele não fala, tem uma traqueostomia permanente na altura do pomo-de-adão e nunca se adaptou com nenhum aparelhinho de voz. Não teve o mesmo sucesso futebolístico que o xará, que chegou a atuar no antigo Água Verde em Curitiba, e depois no Flamengo.
Toda vez que converso com ele temos exclusivamente um assunto: futebol. Acho que foi meu pai quem me ensinou este truque. Ele é corinthiano, eu santista. Meu pai também era santista.
Acho que meu vô tem um sotaque bem do sul do Paraná. Ele é natural de Irati, ou ali de perto. Minhas avós são polonesas, mas o Biguá é uma mistura bem mais heterogênea. Nosso sobrenome é italiano, mas é sabido de todos que a mãe dele (minha bisa) era bugre, o que quer dizer índio do Paraguai lá onde me contaram essa história.
Esta bisa teve cinco ou mais filhos e morreu quando eles ainda eram crianças. Meu bisavô (de quem meu pai tinha muita admiração), vulgo Macaio, segundo me consta recebeu tal alcunha graças a uma marca de fumo.
O velho Macaio entregou um filho para cada padrinho e caiu na esbórnia. O Biguá trabalhou a maior parte da vida na fábrica de fósforos Paraná como gerente de algo. Tem um dos meus tios que também trabalhou lá contando palitos para colocar nas caixinhas. A fábrica era do Macaio e de mais alguns irmãos, eu acho.
Dois dos filhos acabaram fugindo nestas mudanças e não voltaram mais. Só o Benito, que vivia em Uraí. Ele viveu como bóia-fria, virou indigente, e quando teve um câncer de pele bravo foi que o pessoal voluntário do hospital entrou em contato com a família.
Quando o Benito voltou, meu avô teve mais uma das crônicas crises alcoólicas. Não sei o que rolou com os dois, mas na época isso me mostrou o quanto o não-papo devia ser pesado para os dois. O Benito era santista, foi expulso por um surto do vô e depois foi morar lá em casa.
Dos cinco filhos do meu avô, três sairam corinthianos e dois sairam santistas. Meus tios jogaram todos no Cedrinho F.C. de Iraty. Eu nunca fui muito fã de futebol, não ligo muito mesmo e aos quinze anos achei que se tratava do ópio do povo. Meu avô escuta futebol no rádio.
Outro dia fui com dois amigos no estádio assistir um Santos e Corinthians, só que fui na torcida do Corinthians. Que erro! A sensação de não poder torcer pelo seu próprio time é extremamente delicada. Eu não pude gritar gol e precisei simular contentamento com aquela torcida alheia e carrasca. Tudo para não atentar contra minha própria vida quando fomos derrotados ao final do derby.
Um exercício de paciência. A censura de uma expressão tão primária e forte quanto uma torcida é tal que me levou a um estado borderliner de não sei o quê. Eu só topara a princípio a experiência por acreditar na minha parcial impassionalidade com o assunto, mas jamais aconselho tal experiência para ninguém.
Meu avô grita no meio da torcida e ele deve sentir a vida adversária. Mas isso são coisas que me contaram, a Voz dele eu nunca escutei.

domingo, 5 de julho de 2009

Chorume

chorume
se assume como
lágrimas do ido

chorume
tem perfume de
resíduo fluído

chorume
se resume ao
destino líquido

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Moça do busão


Mas... não vou descer do busão
quero saber onde ela mora,
quero saber se ela namora,
se ela gosta da canção
que eu já pensei agora
que ela refutou o botão.

Fecho os olhos para ter
aqueles cabelos tão fininhos
por onde eu tranço os dedos,
puxo firme e me aninho
a descobrir dela os segredos
que só revela com carinho.

Vou dizer que o sorriso dela
mudou o meu itinerário,
e sairei mais depois do horário
pra acompanhar esta donzela.
Chefe, aumente o meu salário
que irá todo em flor pra ela.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Samba do Sol ao Eclipse da Lua

Eu ainda sou teu
quando vou pra orgia
e vou chegando o dia
que de ti amanheceu

Mesmo co'alma ao samba
tantas flores nesse mar
jardins de moça bamba
são beijos sem teu néctar

que eu procuro louco,
tu, flor que me delira.
Sambo camélias e rosas,
com marias-sem-vergonha,

sambo letra desastrosa
com perfume de begônia.
Sambo muito, não pouco,
teu eclipse me martira.

Tu és a minha girassol,
sou só um giralua teu.
Lua, o rei és teu plebeu.
mar do amor tu és farol.

Lua, Sol pra ti que samba
tua ausência me esculhamba
me afogo, vou de mal a pior.
Lua, tu és a flor maior!

Deixa-me em raios te beijar,
não vive o samba sem luar.
não se sobrevive ao mar
de flores sem sambar...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

pesquisar o amor
torna-se um tema
com pouca práxis
poema um sistema
um caos de dados
de pouca análise

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Uma Palavra

Se todas as almas do mundo
escutassem ao mesmo segundo
Teria uma ou duas palavras...
O que você falaria?
Paz, amor, gol?
O nome da sua amada?
Nome da sua banda, nada?

Se fossem as almas do mundo
por total atenção um segundo
você venderia pra um comercial?
Falaria seu próprio nome,
agiria em causa nobre?
Trocaria na internet
por um novo patinete?

Se todas as almas do mundo
lhe escutassem um segundo
gritaria ou calmaria,
a quem você diria?
À sua distante terra,
ao seu distante deus,
à sua próxima guerra?

Se todas as almas do mundo
lhe escutassem uma palavra
entoaria ou prozaria?
Faria apologia proibida?
À ecologia, ao polo, à vida?
"Rock 'n roll!", "toca Raul!",
ou um sonoro "vão tomá no cú!"?

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Qual super vilão é você?

Your results:
You are The Joker




The Joker
73%
The Clown Prince of Crime. You are a brilliant mastermind but are criminally insane. You love to joke around while accomplishing the task at hand.


Click here to take the Super Villain Personality Test

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Sine qua non

Escrever de ti afasta
da condição humana.
A dor diz um basta,
idealiza-se o drama.

Assim que escrevo
releio e relevo
a morte nefasta
pois vida alastra.

Apenas concentro
o fundo do peito
naquele teu jeito
e num pulo adentro
a condição de quem ama.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Prefiro a ti

Vamos falar sobre os anos,
refazer nossos planos.
Esquecer outros casos
e passar outro pano
que tire a poeira
dos nossos retratos.

Vamos acordar os vizinhos
com tantos carinhos,
com tantos beijinhos
que estalam tão alto.

Tudo o que vivi
foi só pra certeza
que prefiro a ti.

Soneto Boêmio

A paixão sempre me isola
quando não há o que arder.
Quando nada me amola,
quando é chato viver.

A paixão não cessa,
mesmo sem promessa,
mesmo sem um objeto,
objetivo ou desafeto.

A paixão que me queima
sem fagulha ou oxigênio
faz do meu dia um boêmio.

Um que insiste, que teima
à procura de um prêmio:
bares, paixão e a próxima.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Dream On

O que foi aquilo?
O que fomos nós
aquele dia?

O mais mágico final,
o mais mítico começo?

Teu abraço, tuas covinhas,
teus olhos nos meus olhos
tão cúmplices e companheiros,
teus cabelos, teus cheiros.

Dez em sete vezes que te amo!
Tua beleza é teu infinito,
tua neblina com teu brilho
O que foi? O que foi aquilo?

A repetição me inebria em teu ciclo.
Encanta-me cada gesto, te reconheço.
Cada palavra, cada gracejo.

Só você dança comigo.
Só teu peito me embala
no mais belo final que valha
o mítico começo que se fala.

Eu só quero que você me queira,
Amore da minha vida...

Cada palavra, cada gracejo
cada risada, cada...

Cada beijo!
Que não se sabe passado,
ou futuro, ou final,
ou começo...

Cada beijo!
Que não conhece o tempo
pois sonho é destino,
felicidade é caminho,
cada beijo, carinho.

sábado, 11 de abril de 2009

Cha cha cha changes

Penso que levo minha vida
a pensar quais pensamentos
nesse mundo mudar queria
e no final do dia, eu lamento,
meu pensamento teimoso
a se pensar pretencioso.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Contexto

Contexto muda o caminho
alarga e estreita sozinho.
Finais vêm no começo
do que será novo contexto.
Encruzilhadas reconheço
e me despeço, alguns agradeço.

Pessoas que têm signos,
e não divino desígnio,
contexto muda muito
mais do que sentidos e ressentidos.

Separa o joio do trigo,
analisa, balança e julga,
planeja, festeja, almeja.
Contexto multiplica a tribo,
contexto dobra os sinos.
Contexto seguimos,
contesto reprimi-los.

Contextos são sacis,
contextos são meninos.
Contextos construímos,
contexto nós saímos,
contexto perseguimos.

Contesto contextos com textos.

São Paulo flutua no rush


Em São Paulo não tem gravidade.
São pombos voando, correndo,
correio e correntes de emails
levando no lombo os arreios.

Tapadeiras retrovisoras
pela ponte marginal de emissoras
de gases, motores, espelhos
enfileirados e sem qualquer peso
definham-se em faróis vermelhos
num compulsivo olho obeso
do petróleo que queima dantesco
à espera da sala de estar.

Em busca da esteira de andar,
o velho a beber nos botecos,
um artista invadindo os becos,
e roupas expondo bonecos.

São Paulo não tem gravidade,
só almas em tubos dentifrícios
e um silêncio pluvial.

terça-feira, 24 de março de 2009

Cronometrando


É tanta coisa
que não foco.
Quem é meu tempo,
calendário ou relógio?
Falta pouco
p'r'o amargo.
Muito louco
sobra tanto
nessas voltas do ponteiro,
nas folhas que não tiro,
um afago, um recanto,
semana-sorriso,
minuto-pranto,
sem prévio aviso
feito espírito santo,
feito o tempo teofágico
decapitando sua prole.
Num momento mágico
o tempo te engole

domingo, 22 de março de 2009

Sem fé

Sozinho, só, sozinho.
Solzinho, Sol, sequinho.
Sol, bemol, menor no estribilho.
Adeus "há Deus",
atei de ateu.
Há dias adias.
Sem suprimento, lamento.
Tem inverno que chega
em pleno verão.
Cigarra, cigarro,
cantoria, casquinha e alcatrão.

Prenda da História

O que que foi agora?
Pensando na vida?
Era tudo o que querias.
Não tudo de saída,
mas feliz caminho a fora.

Tremendas mordomias...
E aquela tua prenda,
era tamanha regalia
do povo era oferenda
ao deus de cara horrenda,
contigo ela deitava
sonhava e só durmia
quando a noite vos deixava,
quando levantasse o dia.

Não tudo de saída,
mas feliz caminho a fora
como da vez que escreveu
aquela ótima metáfora,
só não me lembro a história,
sentimentos ou ferida.
Nem do que aconteceu,
nem do que será memória.
O que que foi agora?

sexta-feira, 20 de março de 2009

Poema é quando se escreve
mais ou menos p'ra si próprio.
Por isso mesmo nem sempre
é belo ou cheira a papoula,
nem sempre se rima a ópio.
A tentativa vem do ócio
e da pesca à palavra, pula.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Hoje é um dia feliz?

















Eu perguntei
todos responderam
Não me odeia
minha ex
Nenhuma delas
talvez
Me curei
de uma DST
uma amiga agora
deixa o carro
na garagem
outro menos horas
na tevê
boa notícia
em reportagem
dos grandes
só Brasil cresce
na estiagem
O tempo
desembaça desafetos
com coragem
efusivamente feliz
dancei músicas
pois mudar
é hábito saudável
mudar bem
é uma viagem
mudar é memorável
mudar é essência
do amor
é o bater
do coração
dia muito feliz,
como não?!

terça-feira, 3 de março de 2009

Onírica memória

Se ainda habitas
os sonhos que lembro
é porque me despertas
a todo momento.

Não te esqueço,
um só sentido,
os beijos, suor, ter te ouvido,
tangerina, teus olhos
e aquele amor correspondido.

Os sonhos que lembro
são as dimensões do perdido
mas com o calor de dezembro
e o zumbir do mosquito
não há quem repouse tãobém.

Não há nem haverá,
talvez,
no mundo,
alguém como,
será?
Se ainda habito
seremos
pra sempre
onírica memória.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A próxima ocasião

Só se "não posso te beijar
em pleno carnaval"
for que assim não vê a sério
meu carinho meta-temporal.

Quem inventou seu papo
"estou quase a namorar"?
Comigo estará.
Dá-me um beijo agora
que hoje mesmo você namora.

Que culpa tem eu, pobre folião?
Você é muito linda p'ra esperar
a próxima ocasião.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O prurido

Tenho um amigo
que tinha um prurido.
Não era chato,
mas era p'ra ele
problema de fato:

Incomodava todo dia
Parecia que andavam,
geográfica rua de verme
na derme descia e subia.
Pulgas nos pêlos equilibravam,
Uma urticária uniforme.

Um dia, lhe disse inspirado:
- Queira muito realizar sonhos,
mas não tua ansiedade, sarna.
Pare de roer tuas unhas.
Apague também cigarros.
Porque não te coça, amigo?

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Voo


wingsuit base jumping from Ali on Vimeo.

Não tenho muitas palavras pra falar disso aqui... O negócio é assistir e ficar boquiaberto.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Etimologias Inspiradoras



Fernão

Origem do Nome
Germânica

Variações do Nome
Fernando; Ferdinando.

Significado do Nome
Aquele que segue em frente com coragem.

Curiosidades do Nome
A origem desse nome é um tanto incerta. Supõe que seja uma espécie de colagem de duas expressões germânicas, uma que significaria jornada e outra que seria coragem. Daí a interpretação do significado acima. O fato histórico é que, na Idade Média, o nome Ferdinando começou a se popularizar, aos poucos, na Espanha. E, a partir dele, surgiram variações como Fernando e Fernão.


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Versão Wikipedia

Ferdinand is a Germanic given name composed of the words for prepared/protection/safety (frithu) and journey/boldness/recklessness (nantha). It is particularly common in nations and regions that were settled by the Visigoths: Fernán, Fernando, Hernando, and Hernán in Spanish, Ferran in Catalan, and Fernando and Fernão in Portuguese. The Visigoths originally pronounced it as Frithnanth, later its Latinized form Frithunantus was pronounced that way by the Romans. According to Visigothic tradition it means "ardent for peace."

The French forms are Ferrand, Fernand, and Fernandel, and it is Ferdinando in Italian. In the United States the name has been Americanized into Fernie.

Etymology
From Germanic farð "journey" or frið "peace" + nand "ready, prepared".

Proper noun

Ferdinand
A male given name, best known for a 13th century king of Spain, but never popular in English.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Uns mais iguais que os outros

Juntaram 20 músicas que podem ser consideradas plágio e colocaram neste vídeo. Vale a pena conferir e perceber aqueles que são "mais iguais" que os outros. Não me convenci de que algumas ali são plágio, mas como não sou nenhum técnico musical também... vale a pena a diversão.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Nós na garganta

Assim como a palavra
desnuda o pensamento,
também o movimento
revela a intenção.

Cogito ergo sum?

Ser livre, ao contrário,
não se trata do salário
mas de escolha, opção.

O detento é livre p'ra escapar.
Fazer-se libertar é que são elas:
as angústias, autonomia das escolhas.

Liberdade, liberdade...

As pessoas se amarram com as palavras,
quase se enforcam com aquelas últimas, as inefáveis...
Depois presenteiam-se como nós.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Nihil lacrima citius arescit

P'ra eu te esquecer é um minuto.
O que eu chorei
Foi só por pobre de mim.
Amanhã vai ter outro a fim
E nem lembrarei
que disseram que amei.

Pois bem eu sabia
que seu coração aflito
evitava o conflito
e cansado durmia,
se achando o astuto,
enquanto eu gozei.

Sei, bem, eu sei.

sábado, 10 de janeiro de 2009

A insustentável leveza

"If we have only one life to live, we might as well not have lived at all" (Milan Kundera)


A dualidade maniqueísta entre leve e pesado só parece um grande dilema para a classificação das tradicionais associações ocidentais (positivo/bom e negativo/ruim) porque a relatividade não costuma ser fácil para a ordem e boa análise, ainda que incorporados pela ciência em alguns aspectos. Assim, o único aspecto que podemos comprovar - nesta relação entre muitos ou poucos Newtons atraindo nossa existência para o centro gravitacional da terra - é que se trata de fato de uma dualidade sensível aos seres dotados de massa.

Porém, dizer absolutamente que determinado objeto ou subjetividade é pesada ou leve determina um ponto de referência que relativizará todo nosso raciocínio necessariamente: denotativo ou conotativo? Os dois, a metáfora só é boa quando é concreta: qualquer nomeação, tipificação, organização não passa de moral, um juízo de valor e/ou necessidade de economia lingüística em favor do grupo social e sua perpetuação. Metáfora da metáfora é meta-metáfora e isso não interessa a ninguém, só ao artista "ainda não-exilado" de ditaduras.

Uma criança, desde o momento em que é fecundada, começa a ganhar peso. Deixa de ser leve e passa a existir com o peso do gozo que é guardado pelo corpo, que o nutre até o momento em que é pesado demais para ser uma pessoa só, nasce.

O peso não pára de crescer. Peso é energia potencial. Peso é corpo. No corpo é onde se sente, é o meio da vida. Cada mililitro de sangue, leite, proteína e água sorvido por um bebê trata-se de energia humana em última instância. Este é um comprometimento do qual não se tem volta, é uma promissória assinada com a linguagem que se ganha a nova cada cognição.

Chega (ou não, para alguns) o momento da vida que somos suficientemente pesados e temos carne, ossos, músculos, nervos, olhos e paladares que são excelentes para nossa independência vital. Suficientes para um ego no limite social de sua liberdade, felicidade, saúde, bem-estar, hormônios estabilizados e em harmonia com os pensamentos.

Esta carne madura começa a murchar logo após seu clímax. Começa a pagar a conta de tanto investimento. A sociedade cobra cada caloria de volta e o peso da cobrança tem o fiel da balança na consciência particular e cada particular ruga no rosto. Muitas vezes dá origem a outra carne da qual se responsabilizará de fornecer energia, voz e peso. "Uma única metáfora pode dar a luz ao amor".

Isso acontecerá enquanto a carne definha e fica insustentavelmente leve (alguns chegam a perder o cálcio dos ossos, quebram). Até o momento em que não há mais nada armazenado naquele corpo para ser entregue de volta ao conjunto da energia humana.

O corpo, inútil, é gentilmente devolvido à terra, à água, ao fogo, ao ar. A memória daquela energia humana tão concentrada se esvaiu numa mágica desmaterializante. Borboletas esvoejam de dentro de uma caixa que não se quereria abrir: a caixa das histórias que não acontecerão mais naquela companhia.