terça-feira, 24 de março de 2009

Cronometrando


É tanta coisa
que não foco.
Quem é meu tempo,
calendário ou relógio?
Falta pouco
p'r'o amargo.
Muito louco
sobra tanto
nessas voltas do ponteiro,
nas folhas que não tiro,
um afago, um recanto,
semana-sorriso,
minuto-pranto,
sem prévio aviso
feito espírito santo,
feito o tempo teofágico
decapitando sua prole.
Num momento mágico
o tempo te engole

domingo, 22 de março de 2009

Sem fé

Sozinho, só, sozinho.
Solzinho, Sol, sequinho.
Sol, bemol, menor no estribilho.
Adeus "há Deus",
atei de ateu.
Há dias adias.
Sem suprimento, lamento.
Tem inverno que chega
em pleno verão.
Cigarra, cigarro,
cantoria, casquinha e alcatrão.

Prenda da História

O que que foi agora?
Pensando na vida?
Era tudo o que querias.
Não tudo de saída,
mas feliz caminho a fora.

Tremendas mordomias...
E aquela tua prenda,
era tamanha regalia
do povo era oferenda
ao deus de cara horrenda,
contigo ela deitava
sonhava e só durmia
quando a noite vos deixava,
quando levantasse o dia.

Não tudo de saída,
mas feliz caminho a fora
como da vez que escreveu
aquela ótima metáfora,
só não me lembro a história,
sentimentos ou ferida.
Nem do que aconteceu,
nem do que será memória.
O que que foi agora?

sexta-feira, 20 de março de 2009

Poema é quando se escreve
mais ou menos p'ra si próprio.
Por isso mesmo nem sempre
é belo ou cheira a papoula,
nem sempre se rima a ópio.
A tentativa vem do ócio
e da pesca à palavra, pula.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Hoje é um dia feliz?

















Eu perguntei
todos responderam
Não me odeia
minha ex
Nenhuma delas
talvez
Me curei
de uma DST
uma amiga agora
deixa o carro
na garagem
outro menos horas
na tevê
boa notícia
em reportagem
dos grandes
só Brasil cresce
na estiagem
O tempo
desembaça desafetos
com coragem
efusivamente feliz
dancei músicas
pois mudar
é hábito saudável
mudar bem
é uma viagem
mudar é memorável
mudar é essência
do amor
é o bater
do coração
dia muito feliz,
como não?!

terça-feira, 3 de março de 2009

Onírica memória

Se ainda habitas
os sonhos que lembro
é porque me despertas
a todo momento.

Não te esqueço,
um só sentido,
os beijos, suor, ter te ouvido,
tangerina, teus olhos
e aquele amor correspondido.

Os sonhos que lembro
são as dimensões do perdido
mas com o calor de dezembro
e o zumbir do mosquito
não há quem repouse tãobém.

Não há nem haverá,
talvez,
no mundo,
alguém como,
será?
Se ainda habito
seremos
pra sempre
onírica memória.