terça-feira, 7 de abril de 2009

São Paulo flutua no rush


Em São Paulo não tem gravidade.
São pombos voando, correndo,
correio e correntes de emails
levando no lombo os arreios.

Tapadeiras retrovisoras
pela ponte marginal de emissoras
de gases, motores, espelhos
enfileirados e sem qualquer peso
definham-se em faróis vermelhos
num compulsivo olho obeso
do petróleo que queima dantesco
à espera da sala de estar.

Em busca da esteira de andar,
o velho a beber nos botecos,
um artista invadindo os becos,
e roupas expondo bonecos.

São Paulo não tem gravidade,
só almas em tubos dentifrícios
e um silêncio pluvial.

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