domingo, 30 de setembro de 2007

Saudades de Amar

"Saudade de ir ao mar",
mas em francês seria
"saudade de ir à mar",
mas saudades vão sós.
Cada uma com sua língua.

sábado, 29 de setembro de 2007

Ofurô

London Nights



Vibezinha meio Van Gogh q tive certa vez...

Sobre os haikais de um amigo






Estes são uns haikais do grande amigo Roberto que ilustrei...
Um dia eu ainda termino os outros!

Vênus de Campos



Tanta gente já fez, pq não fazer a minha?!

minha saci




Essa era seria minha tattoo, até eu repensar minha tattoo.

Balada

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Vísceras e blog




Outro dia uma amiga tava me falando duma tirinha da Aline que tinha saído no caderno 'Ilustrada' da 'Folha de São Paulo' ... de anteontem ou antes... era alguma coisa sobre uma proposta
pra ela fazer sucesso com o blog ficando pelada e postando umas fotos... Aline, segundo consta, ficava irritada e seu namorado justificava dizendo que ela já exibia as vísceras todo dia no blog e que aquilo não seria nada demais.

...

Só pra não perder o costume...
vai o pedaço de um texto que me mandaram hoje,
revirando as vísceras:

VIDAS BEM VIVIDAS
(Contardo Calligaris)

Por que, às vezes, estou a fim de aplaudir uma vida? Há vidas que despertam o aplauso.

Elas merecem ser contadas, pois foram vividas sem medo.

Talvez se trate, nesses casos, do aplauso por uma vida bem vivida.

Esse tipo de aplauso não expressa apenas a gratidão e o elogio reservados a quem se dedicou generosamente aos outros nem o louvor destinado a quem deixou no mundo uma obra ou uma marca duradoura. Tampouco estou a fim de aplaudir porque uma vida me parece ter alcançado uma forma qualquer de bom êxito material ou espiritual.

Tudo isso, claro, pode alimentar minha admiração, mas o aplauso, justamente por seu caráter teatral, é desencadeado por algo mais e que poderia ser resumido assim: aquela vida vale a pena ser contada.

***PS: Imagem aleatória do DevilFinder.com

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Clara

Você me bota paixão:
uma abstinência de nicotina.
Você me palpita a retina,
me dilata a pupila
Você é minha menina,
e eu só quero que você me queira.
Você é a nova idéia
p'ra salvar meu coração
A geléia que satura meu pão.
Tentativas infindas
de uma rima que encaixe.
Chegada bem-vinda
de uma nova praxe.
Fim do limite do sonho,
meu rosto, já cedo, risonho...
Nossa janela aberta,
palavras secretas e certas
p'ra dizer "te quero", que eu ache!
Tenho todos os sintomas.
Memórias de sentimentos fantasmas
falta de ar, princípio de asma
meu corpo concorda e espasma
minha mente viaja e engasga,
tropeça as palavras e pausas
tentando alcançar minha glória,
tentando buscar minha Clara.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Hangover

Say:

I love it
I miss it

Drink and dream
Y' know what I mean

I need a bit real
Y' know how it feel

head spins as a fan,
the emptiness of men

the quest for the holy gap
the fall, the tricky trap.

Três Bucetas



A primeira chegou na hora
como quem sai na hora certa,
meu amor me abandonara,
e largou a porta aberta.
Chegou toda saltitante
com mais de histórias mil;
hesitei por instantes,
mas guardei feito um cantil.

A segunda me chegou
como quem vem ainda verde
era cheia de carinho,
mas era cheia de "azeite".
Queria cuidar de uma horta
p'ra vender as hortaliças,
Queria cuidar da minha vida,
buceta assim é muito arisca.

A terceira me chegou
e já estava madura.
Eu era o segundo dela
e ela era "a" criatura.
Apareceu toda singela
do mais completo nada,
mas me trouxe uma lorota
cabeluda e pesada.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Despedidas

A vida tem dessas,
não é a primeira
que me atravessa.
Qual é minha vantagem,
queimar a bagagem
de forma ligeira?

A vida tem dessas,
de qualquer maneira...
Tem dia de festa,
que vira de feira,
que o caos faz miséria
da forma mais séria,
igual brincadeira.

A vida tem dessas,
nem é a segunda
que me despedaça,
provação profunda,
qual pedra à vidraça.
Qual é minha vantagem,
é minha desgraça.

Te mando ruídos
em sinais de fumaça,
qual sonho gemido
em sua galáxia.

Quero queimar umas fotos,
me guardar da ressaca.
Quero arquivar alguns fatos
e metê-los em caixa.
Quer'olhar para os lados
e ver maré baixa.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Sobre sapatos e homens


SAPATO 36 - Raul Seixas

Eu calço é 37
Meu pai me dá 36
Dói, mas no dia seguinte
Aperto meu pé outra vez
Pai, eu já to crescidinho
Pague pra ver, que eu aposto
Vou escolher meu sapato
E andar do jeito que eu gosto
Por que cargas d'água você acha que
Tem o direito
De afogar tudo aquilo que eu
Sinto em meu peito
Você só vai ter o respeito que quer
Na realidade
No dia em que você souber respeitar
A minha vontade
Pai, já tô indo embora
Já escolhi meu sapato
Que não vai mais me apertar

Não sei se é porque a música do Raul foi tão retumbante quando freqüentava mais rodinhas de violão mas, na minha incompreensão do mundo, parecia que precisava sair correndo de onde estava e sumir na multidão. Qualquer coisa que me segurasse a alguma tradição não poderia estar certa. Tudo o que havia sido feito até então pela humanidade estava errado e as coisas que me ensinavam não faziam sentido com as coisas que fazíamos. Meu pai era o grande calo tentando explicar coisas que só agora acho que um dia entenderei.

SAPATO NOVO - Los Hermanos

Bem, como vai você?
Levo assim calado de lá
tudo que sonhei um dia
como se a alegria
recolhesse a mão
pra não me alcançar

Poderia até pensar
que foi tudo sonho
ponho meu sapato novo
e vou passear
sozinho como der
eu vou até a beira
besteira qualquer
nem choro mais
só levo a saudade morena
é tudo que vale a pena

Aí... tudo estava certo e tive uma adolescência feliz, se é que isso é possível. Larguei todos os calçados e amarras. Tive o direito de me revoltar e fui respeitado, até que não adiantou mais e a vida me disse: "boa tarde". Com a ida dele herdei bem mais do que pares de sapatos que nunca quis usar. A segunda música veio a calhar depois de tantos anos repetindo a primeira, precisava mesmo de sapatos novos... existiu na hora certa e tenho certeza que quando ele atravessou a beira, o carinho foi só o que ficou do seu passeio aqui. Deu uma morridinha, como ele gostava de falar: nada de dor de cabeça do outro lado. Confortáveis como as saudades, conforme o tempo vai passando na sola dos meus passos. É tudo o que vale a pena quando se herda um par de sapatos.

Ficou dramático, mas quem garante que não são sempre assim os sentimentos?! Se é subjetivo tá valendo... Na versão Marvin seria assim:

Não vai adiantar,
Chorar vai me fazer sofrer.
Agora é pra valer
Te entreguei o meu melhor
E suas pegadas eu sei de cor.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Muy digníssimo amigo Don Quixote


Cresço pelo que teço.
Mais uma linha, mais um ponto;
onde amarro dois contos
fecho o olho e atravesso,
abro o olho e meço,
dou dois passos e cresço:
Don Quixote hay que morir.

Cai do teu cavalo,
te mata com tua honra,
digere teus ideais,
se ninguém te segura a onda
nada paga quem segura mais,
mas se ninguém te vende nada
funde a cuca e teus sinais.

Abandona tua armadura,
deixa a fruta ficar madura,
purifica tua postura,
Ponha-te à tua altura
e talha uma escultura;
uma nova, não menos pura:
Don Quixote hay que morir,
mas não te mate, criatura.
Não precisa rir nervoso
isto se cura sem censura.
Dá dois passos, abre o olho e meça;
atravessa, fecha o olho e pula.
D. Quixote hay que morir.

D. Quixote tem que partir
pro tempo de seu lugar
funde a cuca e teus bronzes
logo, logo vais precisar...

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Toilet Very Pleasant Surprise - parte I

Legal te ver, Carol :-)
Assim tão do nada...
Desde o dia da torre do relógio.
Eu não te liguei, né :-$
Mas vamos combinar algo.
Princesa... que surpresa agradabilíssima!
Chegou faz tempo?
Heheh... desde o começo, então...
Não, não, cheguei agora, meu primeiro copo.
Como fiquei feliz em te ver...
Como vai o teatro?
Ah, é?! Trabalhando em quê?
Vai se formar logo?
Legal! Me formei em Julho.
Trabalhando... baladinha de vez em quando...
Poxa... saudades de falar com você.
Nunca mais te vi...nem no messenger...
tá... eu procuro sim... saudades de sair com você também ;-)

Caralho! Que mina...
Vou mijar.

Por que será que parei de sair com ela?
Que babaca eu sou! Acho até que a gente tava indo bem.
Como ela é linda!
Sorriso sensacional... delícia...
- É, meu caro... têm coisas que acontecem que são inexplicáveis... umas coisas que a vida apronta que a gente nem pode imaginar! Hehehe! Surpresas Agradabilíssimas! Voltas doidas dá esse nosso planetinha!
- Quem tá falando isso, é minha consciência?! Hahahaha....
- Hahahah! Fááála, rapaz!
- Graaande! Belezinha?!
- Tudo ótimo! Fiquei com a Carol hoje, mano... Ainda não tô botando uma fé! Ela é um espetáculo, meu velho!
- Caraaaalho! Deixa eu lavar a mão pra te cumprimentar, mano!