segunda-feira, 24 de junho de 2013

Manifestação

Manifesto toda a perspectiva histórica
No desejo de fusão social à força
De encontrar um semelhante na multidão
Depois de tão individualizado ódio
Pouca coisa nos parecia comum
Só um tanto contra o total customizado
Que gigante, patético e grogue.
E assim viciado em pimenta, vinagre,
nesta salada lacrimogênea manifesto
Cheirado como uma dispersão com choque.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Qualidades Materiais da Humanidade

Você bem sabe a tempos
Que poesia demais
Não pode ser funcional
Poesia é crise, caraminholas
São palavras pulando e faltando;
Onde a linguagem
É plena figura.

Poesia demais é agrura
É gente dizendo o que não pode
De um jeito que é cifrado
Ou esquisito e impopular;
Cuja função é afastar silente
Quem não tá ali pra religar
Às sinapses da compaixão.

Não pode ter mais poesia,
Não pode ser menos prodígio
O mal escravo tal o profissional liberal
A dedicação com excelência opaca,
A brilhante divindade e abnegação,
Só a paixão nos faz transparentes,
Só a poesia contempla-me, translúcido sujeito em crise.