quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Muy digníssimo amigo Don Quixote


Cresço pelo que teço.
Mais uma linha, mais um ponto;
onde amarro dois contos
fecho o olho e atravesso,
abro o olho e meço,
dou dois passos e cresço:
Don Quixote hay que morir.

Cai do teu cavalo,
te mata com tua honra,
digere teus ideais,
se ninguém te segura a onda
nada paga quem segura mais,
mas se ninguém te vende nada
funde a cuca e teus sinais.

Abandona tua armadura,
deixa a fruta ficar madura,
purifica tua postura,
Ponha-te à tua altura
e talha uma escultura;
uma nova, não menos pura:
Don Quixote hay que morir,
mas não te mate, criatura.
Não precisa rir nervoso
isto se cura sem censura.
Dá dois passos, abre o olho e meça;
atravessa, fecha o olho e pula.
D. Quixote hay que morir.

D. Quixote tem que partir
pro tempo de seu lugar
funde a cuca e teus bronzes
logo, logo vais precisar...

Nenhum comentário: