quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Comunidades na Internet

A inclusão digital no Brasil trouxe conseqüências inimagináveis. Pessoas de todas as idades, regiões e classes sociais do nosso país (de "dimensões continentais") integram o que hoje pode ser cogitada como a maior base de dados sobre a população brasileira: o Orkut. Obviamente, dentro disso subentende-se todo o potencial mercadológico e comunicacional das informações que podem ser extraídas deste site específico. Se existe alguma metáfora para "inconsciente coletivo", creio que o Orkut seja o que melhor se encaixa aqui em terras tupiniquins.

Muita gente e ingenuidade/ignorância abundante para com o meio é o que mais caracterizou o Orkut pra mim. Muitas pessoas cometeram orkuticídio em função disso até... Outras voltaram depois de um tempo de "rehab" e aprenderam sobre o quê querem e o que não querem expor de suas vidas...

Todos voltam pro Orkut depois de terminar um namoro, é evidente, meu caro Watson. Sua função como bem disse um amigo uma vez, é servir como o "grande barzinho da nação", onde vc pode encontrar alguns amigos, conhecer outros e obter informações valiosas sobre quem conhece quem, quem responde quem, quem gosta do quê... A quantidade de assuntos aumenta muito depois de ver as comunidades que aquela gatinha "participa".

Não demorou muito para que o Carnaval fosse incorporado também. Muitos começaram a criar avatares-fantasia e saíram na gandaia: seqüestros relâmpago com informações do Orkut, crises incontroláveis de ciúmes, bancarrota de relacionamentos estáveis, crescimento significativo na venda de câmeras digitais, uma vontade incontrolável de checar o computador a cada 15 minutos na esperança de um scrap... e muita, muita putaria... Já testemunhei linchamentos eletrônicos em página de scraps de acusados de assassinato, e já prestei homenagens póstumas a contatos orkutianos... Novos tempos pedem novos rituais.

O mais engraçado de tudo é que, embora o site tenha sido proposto, uma época pelo menos, para maiores de 18 anos, isso definitivamente não foi o que aconteceu... As comunidades "acéfalas" foram pipocando e subvertendo o sentido, que eu acreditava, original... começaram a ser usadas mais para criar vínculos bizarros de identidade entre as pessoas, do que para discutir assuntos de fato. É mais importante e fácil participar do que escrever. Claro que temos casos em que isso não acontece, mas acho q esse vídeo aqui abaixo vale pra 80% do que tá disponível no site... o q não deixa de ser muito interessante e culturalmente exótico (viva nóis!):



Milhões de parabéns atrasados para a Rosana Hermann que criou, editou e narrou esse vídeo, um dos vencedores do XIII Festival do Minuto de 2006, regional São Paulo. O tema era "Comunidades da Internet". Paguei um pau... e a narração tá sensacional!

2 comentários:

Anônimo disse...

Caraio,eu já vi muita coisa assim acontecer no orkut, inclusive já me suicidei e depois voltei rehabilitado, com 50 amigos e 2 comunidades. Eu acredito em rehabilitação. Fale comigo hoje mesmo!

Anônimo disse...

Adorei seu blog!