quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Toalhinha Chapada



Sinto que não sobrou ninguém para me compreender. O tempo levou meus amigos, amigas, minhas intimidades adolescentes para um lugar onde não posso resgatá-las em público... Não posso mais falar abertamente sobre as coisas que preciso, sob a pena de não ser interessante ou de me expor ao ridículo. Minha memória e as histórias que vivi vão esvaindo da minha mente como se tudo o que vivi até agora absolutamente não fizesse diferença para ninguém. Nem mesmo os momentos compartilhados com os outros parecem ter algum valor quando minha presença é lembrada. Tudo aquilo que acreditava ser "vida perfeita" desmonta como um beck a ser dixavado e fumado pela letargia dessa fumaça verde que já está impregnada em todos os meus fios de cabelo.

Já não fecho mais os olhos para pular. E quando pulo não é mais do alto. Todos conseguiram sua própria companhia e eu não mais consigo me aproximar de ninguém. O desespero é tão imenso que enquanto o raciocínio me grita que não posso amar mais o desejo do que o objeto desejado, meus animais me sufocam implorando o contato com um corpo alheio qualquer. Antes fosse mudo do que ter uma voz que não se presta a falar algo de valor ou mesmo riso à minha amada!

Maldita vergonha de mim mesmo, de olhar as pessoas nos olhos, como se ninguém mais dentro do comboio tivesse fumado um baseado pela manhã. Sou um marginal de mim mesmo que agora se isola sobre o anonimato infantil da internet para escrever as coisas que corroem minha realidade pós-formado-empregado-se-virando-sem-mulher-ou-sorte.

Não sei nada sobre o amor na metrópole, ou sobre qualquer valor possível para o relacionamento entre um homem e uma mulher neste ambiente tão devorador. A confiança em encontrar alguém de naipe vai sumindo a cada namorada que chifra e goza do respectivo em meus lençóis. Uma delas já me disse que fico com a melhor parte da história: "você me come e não precisa agüentar minha TPM"...

No fundo o que ela quis dizer é que ninguém espera responsabilidade qualquer de minha parte. Nem mesmo sem camisinha eu trepo para aquela vagabunda não ter chance de engravidar, sem chance! Até porque namorada dos outros só aparece quando tá menstruada... Estas vacas vêm e vão e às vezes me apego a elas... o que a solidão não faz com o ser humano?! Até que elas percebem como sou ridículo, carente, sem amor-próprio e vão embora com seus respectivos oficiais...

Me sinto como se fosse a toalhinha chapada do South Park... pior! Como se a toalhinha fosse um modess... tudo por culpa de mim mesmo e das coisas que faço.

"Do you wanna get hiiiiiiigh?!"

2 comentários:

Anônimo disse...

Faz bem escrever quando se está em um dia que nao figura entre os melhores da historia. mas espero mesmo que isso seja só um dia. porque, meu rei, êita bigorna!
bora um dia tomar umas brejas falando dessas paradas. A casa do norte tá aí pra isso. os amigos tbem.

abs
eu memo, seu 02

Anônimo disse...

Acredito que quando e o quanto se pensa numa situação, mais complicado fica. É a velha historinha da areia movediça... quanto mais se mexe...

também não sei... vamos tomar umas brejas... hehe