Eu culpo todos vocês pela morte do meu amor
e pela morte dos meus heróis, eles não voltam!
Culpo vocês pela minha raiva preta e pelo dinheiro que não mereci.
Não teria como culpar a minha falta de traquejo social,
minha falta de paciência, como culpar o que não há?
Culparia meus critérios, ética e demais inconformidades desenvolvidas?
Tão pouco poderia culpar o que sinto enquanto resto algébrico.
Talvez ainda possa renascer, mas me sinto morto para vocês.
Minha vontade de participar já era, tão ordinário me comprovaram
Eu culpo vocês por me desmotivarem à vida, à lógica,
à sociedade.
Eu culpo vocês todos pelos meus desejos frustrados.
Eu culpo vocês pelas minhas falhas tão celebradas para me desvalorizar
Culpo vocês pelas possibilidades e sonhos tão lindos que vocês me mostraram.
Culpo vocês pela linguagem, culpo pelo meu nome e pela gana sexual.
Por me diferenciarem dos animais, sendo eu tão espécime.
Culpo vocês por minha humanidade tão frágil, mesquinha e triste.
Culpo vocês pelas ideologias transitórias e insuficientes para dar conta da complexidade.
Culpo vocês pela experiência temporal e por envelhecer,
pelo espelho, pelos meus cortes de cabelo!
Pela falta que me faz ser assim tão culpado
Culpo vocês pela culpa de não estar completo sozinho e ser assim tão coletivo.
don fernão
Uma gazeta existencial e pós-contemporânea. Contém poesias embaraçosas, expressões viscerais escarradas e uma boa dose de caótico desejo intenso. Tudo sem absolutamente nenhum compromisso com a verdade ou ficção.
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
O leviano
O leviano é de lata e leve
e levou longe o love.
Ele vem de blablablá e cinismo
à moda helênica, lima a práxis
e ele é liso e lesa a lógica
E ele é light e late, late tarde...
E longe ermita da latitude argumentativa
razoável e finalmente morta em ideal,
neste sentido
o leviano ainda beberá leite real.
Lava-me a alma em ironia,
o leviano é um deleite!
e levou longe o love.
Ele vem de blablablá e cinismo
à moda helênica, lima a práxis
e ele é liso e lesa a lógica
E ele é light e late, late tarde...
E longe ermita da latitude argumentativa
razoável e finalmente morta em ideal,
neste sentido
o leviano ainda beberá leite real.
Lava-me a alma em ironia,
o leviano é um deleite!
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sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Pequenas Saudades
Seu corpo pequeno e suave faz formas que desejo...
Que saudade de outro beijo,
Que saudade de outro beijo.
E me envelheço toda vez que repito
Estes absurdos...
E repito as mesmas saudades da vida que escorre.
Sem saber de outras vidas
Nesta mesmo que agora vivo
Envelhecendo minhas pequenas saudades.
Repito o ser humano mais comum
que se pode nascer e viver.
Este que sempre passou pelos mesmos dramas na vida.
Este intervalo que só começa a fazer sentido
Quando na maioria das vezes já é tarde demais.
Que saudades de outro beijo,
que saudades do primeiro sexo.
Que saudades de procurar,
Sem saber o que já há...
Que saudade de outro beijo,
Que saudade de outro beijo.
E me envelheço toda vez que repito
Estes absurdos...
E repito as mesmas saudades da vida que escorre.
Sem saber de outras vidas
Nesta mesmo que agora vivo
Envelhecendo minhas pequenas saudades.
Repito o ser humano mais comum
que se pode nascer e viver.
Este que sempre passou pelos mesmos dramas na vida.
Este intervalo que só começa a fazer sentido
Quando na maioria das vezes já é tarde demais.
Que saudades de outro beijo,
que saudades do primeiro sexo.
Que saudades de procurar,
Sem saber o que já há...
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segunda-feira, 24 de junho de 2013
Manifestação
Manifesto toda a perspectiva histórica
No desejo de fusão social à força
De encontrar um semelhante na multidão
Depois de tão individualizado ódio
Pouca coisa nos parecia comum
Só um tanto contra o total customizado
Que gigante, patético e grogue.
E assim viciado em pimenta, vinagre,
nesta salada lacrimogênea manifesto
Cheirado como uma dispersão com choque.
No desejo de fusão social à força
De encontrar um semelhante na multidão
Depois de tão individualizado ódio
Pouca coisa nos parecia comum
Só um tanto contra o total customizado
Que gigante, patético e grogue.
E assim viciado em pimenta, vinagre,
nesta salada lacrimogênea manifesto
Cheirado como uma dispersão com choque.
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sexta-feira, 7 de junho de 2013
Qualidades Materiais da Humanidade
Você bem sabe a tempos
Que poesia demais
Não pode ser funcional
Poesia é crise, caraminholas
São palavras pulando e faltando;
Onde a linguagem
É plena figura.
Poesia demais é agrura
É gente dizendo o que não pode
De um jeito que é cifrado
Ou esquisito e impopular;
Cuja função é afastar silente
Quem não tá ali pra religar
Às sinapses da compaixão.
Não pode ter mais poesia,
Não pode ser menos prodígio
O mal escravo tal o profissional liberal
A dedicação com excelência opaca,
A brilhante divindade e abnegação,
Só a paixão nos faz transparentes,
Só a poesia contempla-me, translúcido sujeito em crise.
Que poesia demais
Não pode ser funcional
Poesia é crise, caraminholas
São palavras pulando e faltando;
Onde a linguagem
É plena figura.
Poesia demais é agrura
É gente dizendo o que não pode
De um jeito que é cifrado
Ou esquisito e impopular;
Cuja função é afastar silente
Quem não tá ali pra religar
Às sinapses da compaixão.
Não pode ter mais poesia,
Não pode ser menos prodígio
O mal escravo tal o profissional liberal
A dedicação com excelência opaca,
A brilhante divindade e abnegação,
Só a paixão nos faz transparentes,
Só a poesia contempla-me, translúcido sujeito em crise.
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quinta-feira, 23 de maio de 2013
Reconheça-me
É só uma maré de sorte
e dinheiro não tem nada a ver
com merecimento, mesmo...
É caos, é regra, tempo e cimento,
água, traição, luxo e lamento.
Uma promessa no crédito
e muitas crenças no débito
e um fluxo piroclástico no aposento
que a maturidade cabisbaixa traga
poupança de Sancho Pança
inebriado, hálito etílico, desabilitado.
Mas não trará por certo
nada puro, limpo, sustentável ou capitalizado
Não há filtro certo, não evoluímos mais.
é o tempo: não crescemos depois de velhos,
nossos filhos vivem mais
que viveriam nossos pais,
conservados e vitoriosos de que
os desejos são constantes e nos adaptamos
a trocar nossa energia em relações
ostensivas e ofensivas com a fé
procurando qualquer sonho que se cumpre
porque já perdi a criança que dormia
e a realidade não ajuda explicar a existência
o sentido se dilui próximo aos limites objetivos
e a linha imaginaria, a border line
se apresenta para desalinhar meus pares,
sentir louco e sem identidade, calar.
o que me resta já não faz o que sonhara
tempo escorre, escorre e quebra minha cara.
e dinheiro não tem nada a ver
com merecimento, mesmo...
É caos, é regra, tempo e cimento,
água, traição, luxo e lamento.
Uma promessa no crédito
e muitas crenças no débito
e um fluxo piroclástico no aposento
que a maturidade cabisbaixa traga
poupança de Sancho Pança
inebriado, hálito etílico, desabilitado.
Mas não trará por certo
nada puro, limpo, sustentável ou capitalizado
Não há filtro certo, não evoluímos mais.
é o tempo: não crescemos depois de velhos,
nossos filhos vivem mais
que viveriam nossos pais,
conservados e vitoriosos de que
os desejos são constantes e nos adaptamos
a trocar nossa energia em relações
ostensivas e ofensivas com a fé
procurando qualquer sonho que se cumpre
porque já perdi a criança que dormia
e a realidade não ajuda explicar a existência
o sentido se dilui próximo aos limites objetivos
e a linha imaginaria, a border line
se apresenta para desalinhar meus pares,
sentir louco e sem identidade, calar.
o que me resta já não faz o que sonhara
tempo escorre, escorre e quebra minha cara.
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Ginolatria Cardioclasta
O problema não é com as mulheres,
Problema é com a paixão.
As mulheres só acontecem de me apaixonarem,
mas é a paixão quem me viola.
Quem me expõe, pássaro canoro
cativo, fugido e liberto da gaiola...
Às mulheres só meu canto, meu sujeito,
É fera então que me devora.
As mulheres são imagens que projeto
das coisas que faltam em mim, ou não quis,
e preciso por desejo assim lacaniano.
A paixão é quem é real e objeta,
Quem faz o tempo, o verbo, a ginolatria cardioclasta.
Problema é com a paixão.
As mulheres só acontecem de me apaixonarem,
mas é a paixão quem me viola.
Quem me expõe, pássaro canoro
cativo, fugido e liberto da gaiola...
Às mulheres só meu canto, meu sujeito,
É fera então que me devora.
As mulheres são imagens que projeto
das coisas que faltam em mim, ou não quis,
e preciso por desejo assim lacaniano.
A paixão é quem é real e objeta,
Quem faz o tempo, o verbo, a ginolatria cardioclasta.
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quinta-feira, 25 de abril de 2013
Simples Moderno
O simples é meu raso,
moderno mas raso a mim,
fácil e raso, commodity mágico.
A profundidade marina das vidas
secretas, caladas, escuras
são mais prolixas, sedimentares, cristalizadas...
Papilas e pupilas diversas, difusas,
divagam e divergem sem consenso
mas vida abissal profunda penumbra
pesada e complexa, amplexa.
Essa estrada é uma fronteira
entre o espaço posto
e todo o resto dos sentimentos
não tão modernos
quanto a casa e carro que me fazem sonhar.
moderno mas raso a mim,
fácil e raso, commodity mágico.
A profundidade marina das vidas
secretas, caladas, escuras
são mais prolixas, sedimentares, cristalizadas...
Papilas e pupilas diversas, difusas,
divagam e divergem sem consenso
mas vida abissal profunda penumbra
pesada e complexa, amplexa.
Essa estrada é uma fronteira
entre o espaço posto
e todo o resto dos sentimentos
não tão modernos
quanto a casa e carro que me fazem sonhar.
sábado, 9 de março de 2013
O que amo
Não é seu corpo,
é seu gosto, que seja
então não pela pele
que enruga, envelhece
não pela carne
que seca
não pelo sol
que inverna vida
mas pelo gosto
que ressalta,
pelo gozo
que aprofunda e
[malta,
pelo que me falta.
é seu gosto, que seja
então não pela pele
que enruga, envelhece
não pela carne
que seca
não pelo sol
que inverna vida
mas pelo gosto
que ressalta,
pelo gozo
que aprofunda e
[malta,
pelo que me falta.
quarta-feira, 6 de março de 2013
Quando falo
Quando falo
todos calam
ninguém sabe
o que eu falei
Quando calo
todos falam
ninguém cabe
o que eu calei
Quando galo
todos pulam
ninguém sambe
o que eu bailei
todos calam
ninguém sabe
o que eu falei
Quando calo
todos falam
ninguém cabe
o que eu calei
Quando galo
todos pulam
ninguém sambe
o que eu bailei
sábado, 5 de janeiro de 2013
Apego
Não é que tenha perdido minha espiritualidade,
Ou que o mundo dos sonhos e ideais tenha sido recalcado,
Jogado em um lugar obscuro da existência...
Pelo contrário, eles são condicionantes,
Como ainda são o tempo e o espaço ao corpo
Só que eles estão aqui na realidade agora.
Muito misturados, por certo, à matéria...
Não dá mais pra dizer quem é café e quem é leite
no que antes era escuro ou via láctea.
Na realidade eu acordo com o mundo dos outros
E ela só me pede de volta o caos que trago.
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Bar caro é melhor, meu*
Eu sou meio moderno, meio de direita, por isso frequento bares muito bons.
Não sei se você sabe, mas nós, meio modernos, meio de direita, nos julgamos a base do empresariado, desde que consegui este estágio no banco há 15 meses. (Deve ter alguma coisa indo bem com um estágio de mais de 15 meses, confere?)
No bar caro que ando frequentando nas últimas semanas o empreendedor é o Otávio Rosquetta, dono, que cumprimento trocando cartões e acreditando conseguir assim 500 novos clientes pro banco, além de melhorar a imagem.
Nós, meio modernos, meio de direita, adoramos ficar "amigos" do dono, com quem falamos sobre carro enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de bebedeira e mulher.
"Ô, Otávio, traz mais um baldinho de Heineken pra gente", eu digo, soltando a gravata, e me sinto parte de Wall Street.
Nós, meio modernos, meio de direita, odiamos fazer parte do Brasil, por isso vamos de camisa longa a bares caros, que têm mais mulher turbinada que os bares ruins, onde tem frango à passarinho ou carne de sol com macaxeira que são os pratos baratos, de quem não tem grana, e não se serve petit gateau.
Se bem que nós, meio modernos, quando convidamos uma mina para sair pela primeira vez, atacamos mais de camarote vip do que tète-a-tète, porque a gente gosta de coisa cara, exclusiva e tal, mas na hora do vamos ver mostrar que tem bastante grana por contraste social é o que conta na Vila Country e micareta.
A gente até gosta do Brasil, mas muito bem dividido. Não é qualquer Brasil. Cada um do seu lado da corda.
Assim como não é qualquer bar caro.
Tem que ser um bar caro novo, um pub, matéria na Vejinha, cerveja importada e, se tiver porção de cebola empanada e área exclusiva, a gente bate uma punheta ali mesmo.
Quando um de nós, meio modernos, meio de direita, descobre um novo bar caro que nenhum outro meio moderno, meio de direita frequenta não nos contemos: twittamos e marcamos no foursquare a turma inteira de meio modernos, meio de direita e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar caro.
Porque a gente acha que o bar caro é moderno e o bar barato não é, como eu já disse.
O problema é que aos poucos o bar caro vai se tornando velho, vai sendo frequentado por vários meio modernos, meio de direita e gostosas mais ou menos turbinadas.
Até que uma hora tem promoção de chopp e aparece escritório de advocacia, contabilidade, happy hour de telemarketing, barangas e nesse ponto a gente já se sente incomodado e quando chega no bar caro e tá cheio de gente que não é nem meio moderna, nem meio de direita e foi lá para ver se tem mesmo promoção, gente com dinheiro e gostosas, a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio modernos, meio de direita, as gostosas mais ou menos turbinadas e uns quarentões endinheirados que andavam de Harley Davidson.
Porque nós, meio modernos, meio de direita, adoramos dizer que frequentávamos o bar antes de ele ficar barato, vamos a tal balada de camarote vip, ouvimos a música nova no repeat com o porta-malas aberto.
Nós até aturamos os intelectuais que estavam na praia antes, uns maconheiros que sabem tocar violão e usam sandália havaiana, mas isso a gente acha sujo, e a gente detesta sobretudo os pobres que chegam depois, de marmita e cheio de filho cagão chorando.
Pobre não mesmo, a gente não gosta de pobre, velho e feio; de brasileiro só os empregados.
E a gente abomina PeTralha, abomina mesmo, acima de tudo.
Os donos dos bares caros que a gente frequenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem.
Os que entendem percebem qual é a nossa, mantém o bar caro sem promoção, chamam pra evento reservado toda sexta-feira, introduzem petit gateau no cardápio e não aceitam cheque ou que fique sem camisa lá dentro. Só cartão ou dinheiro, de preferência sem troco.
Eles sacam que nós, meio modernos, meio de direita, somos meio inseguros e nos dispomos a pagar mais caro por aquilo que todo mundo acha um abuso absurdo.
Os garçons que entendem qual é a nossa, diante da segregação, trocam insultos bêbados pelos 10% que pagamos, ou não, engolem seco e põem um sorriso estéril no rosto pensando que cada cerveja ali tem o valor de duas horas de seu trabalho.
Aí eles se fodem, porque a gente adora isso, a gente gosta pagar de rico, como já disse algumas vezes, é aquela coisa cada um no seu lugar, tão americana, tão moderna.
Não pense que é fácil ser meio moderno, meio de direita, no Brasil!
Ainda mais porque a cada dia está mais difícil encontrar bares caros do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos com carro (fosse no busão), funk e rap ligado no talo, prontos para encher nossos bares caros de gente baranga, pobre e a difundir a cebola empanada pelos quatro cantos do nordeste.
Para desespero dos meio modernos, meio de direita, como eu que, por questões ideológicas, preferem cebola empanada e Guinness stout (que não é a mesma coisa que a pilsen nacional, a qual prefiro mas é barata, nós meio modernos, meio de direita, achamos que a gringa é muito mais moderna que nós preferimos essa marca, Guinness, que é mais assim St. Patrick, saca?).
- Ô Otávio, vê um Johnny Walker aqui pra mim. Tem Red, Green, Black e qual mais?
* este texto é um exercício paráfrase e antônimos ideológicos do texto de "Bar ruim é lindo, bicho" de Antonio Prata
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sábado, 1 de dezembro de 2012
Transporte do desejo
Saudosas belezas sexuais, verbo sanguíneo, vivo e banal...
Viro o pescoço apressado pelo corpo,
Pois que nú não o verei nunca, só sua nuca
Tão recíproco e atrasado é nosso percurso
Que mesmo nessa proximidade efêmera, o eterno desejo procura sintonia.
Tanto tempo aqui indo, que nem imagino a volta do sentido contrário.
Tocar, cheirar, apertar, tudo isso não farei pois aqui em minha ciência
Os sumos não terei entre os lábios, nem teria literatura verossímil neste caminho, chupasse com tal afeto que imagino.
São tecidos coloridos pelos quais adverbo o meu deleite com a forma túrgida que revela-esconde o pano.
Minhas orgias e prazeres são abusados nestas figuras que constroem meu êxtase, meu transporte anônimo e estrangeiro em si.
Pego outro e vejo mais corpos que nunca mais, transporte, verei.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
port
Po-portar, possuir...
Por, poer, poedeira
Tem posse de quem pôs
Os ovos dourados trans-porta?
Sim, e parte do port-o...
Su-porta acima da linha da linguagem um pouco
Os ovos que põe a cloaca
Com-port-a em si o poente e mente
Pois posse é poeira que não im-porta
E poder apodrece até pedra
Re-port-a só a informação que de fato po-port-a
Pois pinto que muito pia,
Vira penada sem posses
De-port-ada na cara,
Pávida galinha morta.
Por, poer, poedeira
Tem posse de quem pôs
Os ovos dourados trans-porta?
Sim, e parte do port-o...
Su-porta acima da linha da linguagem um pouco
Os ovos que põe a cloaca
Com-port-a em si o poente e mente
Pois posse é poeira que não im-porta
E poder apodrece até pedra
Re-port-a só a informação que de fato po-port-a
Pois pinto que muito pia,
Vira penada sem posses
De-port-ada na cara,
Pávida galinha morta.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Sweetheart
Eu vi você velha no sonho
E eu te roubava um beijo
Como qualquer ladrão,
Como fora meu, sweetheart
Mas já banguela, grisalha,
doce, diabética exalava
tanto açúcar refinado,
Você velha no sonho, que envelhece também.
E eu te roubava um beijo
Como qualquer ladrão,
Como fora meu, sweetheart
Mas já banguela, grisalha,
doce, diabética exalava
tanto açúcar refinado,
Você velha no sonho, que envelhece também.
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terça-feira, 6 de março de 2012
Espiral do Silêncio
Carregando a causalidade
Desarbitrariado da sequência
Sinto-me solado, isolado...
Não me levam a sério,
Não me fazem a graça.
Uma mola me cala,
Espiral pelo ralo,
Eu insisto e existo
Na minha raça de calo: "Cavalo!"
Na forma teimosa que reflexo
Coerência condensa vapores em nexo.
Nem todas as almas são
plasma do silêncio.
Desarbitrariado da sequência
Sinto-me solado, isolado...
Não me levam a sério,
Não me fazem a graça.
Uma mola me cala,
Espiral pelo ralo,
Eu insisto e existo
Na minha raça de calo: "Cavalo!"
Na forma teimosa que reflexo
Coerência condensa vapores em nexo.
Nem todas as almas são
plasma do silêncio.
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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Calendário Econômico Mundial
É um bissexto de alegria
Cada continente uma olimpíada,
um quadriênio, um dia a mais.
Cada continente uma olimpíada,
um quadriênio, um dia a mais.
Adaptação
Você gosta de brincar de polícia,
Eu só brinco de revolução.
Você gosta de julgar e reprimir,
Eu brinco de política aberta.
Você invoca leis e regras sagradas,
que vivem dando mancada...
Eu me divirto com os símbolos
que não lhe pertencem
e a poesia que lhe deixa tonto
Porque você nunca vai entender
BULHUFAS do que é belo em conviver
e de como o ser humano vai melhor
apontando menos dedos,
Com menos medos de mudar
pois essa é a vida, adaptação.
Eu só brinco de revolução.
Você gosta de julgar e reprimir,
Eu brinco de política aberta.
Você invoca leis e regras sagradas,
que vivem dando mancada...
Eu me divirto com os símbolos
que não lhe pertencem
e a poesia que lhe deixa tonto
Porque você nunca vai entender
BULHUFAS do que é belo em conviver
e de como o ser humano vai melhor
apontando menos dedos,
Com menos medos de mudar
pois essa é a vida, adaptação.
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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Porra, Euclides!
É diferente de pensar,
Diferente de resolver
Todas estas cousas per capita.
É tudo gozo e dor, mas no fim
É sempre o mesmo glaglaglá humano...
Os mesmos sentimentos, Euclides!
As mesmas perguntas
E uma maioria careta em coro
Na ponta da língua com a mesma
Diferente de resolver
Todas estas cousas per capita.
É tudo gozo e dor, mas no fim
É sempre o mesmo glaglaglá humano...
Os mesmos sentimentos, Euclides!
As mesmas perguntas
E uma maioria careta em coro
Na ponta da língua com a mesma
[ a mesma resposta
Euclides, uma só vida e morte
[ per capita
Para todo devir, criativos, ativos,
Passivos dos diferentes tempos
[ cíclicos, primordiais
A fazer único universo, um só plano
individual porque coletivo, porque ponto e linha
Coletivo porque individual, Euclides!
Expressivo e igual sendo tão contínuo
Com pausas enormes para o amor, o ódio,
paz e guerra nas mesmas condições
[ que nos unem no mesmo,
[ no mesmo glaglaglá eterno...
Porra, Euclides!
[ Que universo é esse?
Cântico Atlântico a Pindorama
Te amo, minha majestade,
Minha rainha, imperatriz, mon chou,
Gloriana, graciliana e mais cheia de graças...
Cigana e princesa, banhista mais bela
À sombra donde canta o sabiá,
Bresiliana vens úmida, vens quente,
Verde floresta, vermelha semente,
Nem África, Ibéria, ou norte América,
Em teu seio, mulher gentil, ó liberdade,
Uma brasa, um braseiro, um brasil...
Com teu resplendor, delícia,
Assim tu me matas, axé sertaneja,
Com teu olhar de ressaca,
Que vem e que praça (!), agreste e criola
Abrindo alas, fazendo ebó e ola.
Redime teus gringos em mingau sublime
E que hajam energias para a tua folia!
Com tanto açúcar, cacau, café, guaraná:
Mulher que és, mulher,
Até na orgia, só faz o que quer.
Te trouxe filhos, me faz teu oceano.
Deságua e me dá tua orla que te beijo na vaga, na espuma e areia,
Nas nossas praias e mangues, abrasamos o canto.
Minha rainha, imperatriz, mon chou,
Gloriana, graciliana e mais cheia de graças...
Cigana e princesa, banhista mais bela
À sombra donde canta o sabiá,
Bresiliana vens úmida, vens quente,
Verde floresta, vermelha semente,
Nem África, Ibéria, ou norte América,
Em teu seio, mulher gentil, ó liberdade,
Uma brasa, um braseiro, um brasil...
Com teu resplendor, delícia,
Assim tu me matas, axé sertaneja,
Com teu olhar de ressaca,
Que vem e que praça (!), agreste e criola
Abrindo alas, fazendo ebó e ola.
Redime teus gringos em mingau sublime
E que hajam energias para a tua folia!
Com tanto açúcar, cacau, café, guaraná:
Mulher que és, mulher,
Até na orgia, só faz o que quer.
Te trouxe filhos, me faz teu oceano.
Deságua e me dá tua orla que te beijo na vaga, na espuma e areia,
Nas nossas praias e mangues, abrasamos o canto.
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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Prazer poético
- metade do prazer da poesia eh entender o que o cara quis dizer, eu acho...
- é né
- a outra metade é se vc gostou ou nao do jeito que ele disse
e a terceira metade é se vc concorda, já que estamos falando de poesia
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
A travessa
O que mais quero da vida
É mudar as pessoas
O que fazem, como são...
Comigo creio, fui eu quem mais mudei
Como um sinal de trânsito
Verde, amarelo, vermelho...
Verde de novo, quando é madrugada
E ninguém atravessa,
Nem a travessa
Avenida de feriado alagada,
E nada à travessa.
É mudar as pessoas
O que fazem, como são...
Comigo creio, fui eu quem mais mudei
Como um sinal de trânsito
Verde, amarelo, vermelho...
Verde de novo, quando é madrugada
E ninguém atravessa,
Nem a travessa
Avenida de feriado alagada,
E nada à travessa.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Compreende
Não há coisa mais humana que o paradoxo:
Certeza do que não se pode estar certo.
A razão dobra joelhos ante o sofrimento.
e chora... chora... pedindo só um tiquinho do porquê
numa fissura abstinente... e chora... chora...
O outro ontológico, a fraternidade coordenada
De quem nasceu no mesmo contexto a, b, c
No mesmo país, bairro, planeta, escola. Encontram-se,
Alteram-se por dias, por anos, na casa, na rua,
nas férias, quando há um tempinho to hang out
Aceno que sim com a cabeça mais grisalha, com os olhos
certos daquilo guardado no que há de memórias, amigo.
não chora, não chora... compreende, não vê?
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Litoral
Se onda não é relevante,
ninguém segue.
Se o coco não é refrescante,
ninguém bebe.
É que todo ano elas tem dezoito
e querem coito...
e que ainda penso no amor, no mar
como aquele com quem hoje me estranho:
ancioso, levando fora de oito...
O que me era ruim bebi com rum
E não, não jogo buraco
na casa de praia.
Nem quando chove, que saco!
ninguém segue.
Se o coco não é refrescante,
ninguém bebe.
É que todo ano elas tem dezoito
e querem coito...
e que ainda penso no amor, no mar
como aquele com quem hoje me estranho:
ancioso, levando fora de oito...
O que me era ruim bebi com rum
E não, não jogo buraco
na casa de praia.
Nem quando chove, que saco!
Religião
É muito linda essa dona florida
Ela é linda demais, um mito, uma estrela.
Uma bela cognição, uma flor...
Compreendida, coletiva cadela,
Universal, cultural donzela:
Solução da sede, arroto da gula,
Fonemas e letras, desenhos e estátuas, relicários e anéis.
Assimilação que inclui e agrega quem nunca chega,
Em detrimento do comum e do costume faz guerra,
Nos privilégios de quem oferta a miséria
E não recebe covardia ante este seu lindo brilho tenaz,
Há quem alerte já ancestral e cego do preço do quarto,
Do tabu de olhar p´r´o sol sem respeito,
mas já é tarde e a pena divina que ardeu sua retina não volta,
E a morte não fora vencida pela matéria
E a vida ali perdida em longa adoração...
Ela é linda que cega, e ainda junta as moedas!
Puta e cafetina dos povos, gostosa cabaça, imoral .
Provoca, promete e não entrega... não salva, prega.
Ela é linda demais, um mito, uma estrela.
Uma bela cognição, uma flor...
Compreendida, coletiva cadela,
Universal, cultural donzela:
Solução da sede, arroto da gula,
Fonemas e letras, desenhos e estátuas, relicários e anéis.
Assimilação que inclui e agrega quem nunca chega,
Em detrimento do comum e do costume faz guerra,
Nos privilégios de quem oferta a miséria
E não recebe covardia ante este seu lindo brilho tenaz,
Há quem alerte já ancestral e cego do preço do quarto,
Do tabu de olhar p´r´o sol sem respeito,
mas já é tarde e a pena divina que ardeu sua retina não volta,
E a morte não fora vencida pela matéria
E a vida ali perdida em longa adoração...
Ela é linda que cega, e ainda junta as moedas!
Puta e cafetina dos povos, gostosa cabaça, imoral .
Provoca, promete e não entrega... não salva, prega.
sábado, 22 de outubro de 2011
Depêndulo
Depender do olhar alheio
pendurado ao seu juízo
viciado e sem freio
em desgaste e prejuízo
afinar sem referência
uma dinâmica frequência
à indelével, tácita distância
com um labirinto ébrio
de sonhos tóxicos, roubados.
o que você vê, com este silêncio dos seus olhos?
As coisas que queremos no fim,
nunca teremos no meio
e assim tanta gente que não é rica, nem feliz
e decide correr pra lugar nenhum.
eu só fico parado, observando, sentindo...
sentindo tudo e sentindo muito
tão difícil mesmo a sociedade
que se duvidamos uma vez e com razão,
já não existe verdade,
a referência se perde sem consenso
vira tudo mandarim em mim
e pra se achar, se colocar no mundo
nunca bastou um chapéu, uma barba
p'ra deixar claro os detalhes do que pende da intimidade
que é olhar para o outro no olho e se enxergar.
pendurado ao seu juízo
viciado e sem freio
em desgaste e prejuízo
afinar sem referência
uma dinâmica frequência
à indelével, tácita distância
com um labirinto ébrio
de sonhos tóxicos, roubados.
o que você vê, com este silêncio dos seus olhos?
As coisas que queremos no fim,
nunca teremos no meio
e assim tanta gente que não é rica, nem feliz
e decide correr pra lugar nenhum.
eu só fico parado, observando, sentindo...
sentindo tudo e sentindo muito
tão difícil mesmo a sociedade
que se duvidamos uma vez e com razão,
já não existe verdade,
a referência se perde sem consenso
vira tudo mandarim em mim
e pra se achar, se colocar no mundo
nunca bastou um chapéu, uma barba
p'ra deixar claro os detalhes do que pende da intimidade
que é olhar para o outro no olho e se enxergar.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Planos e ângulos
MInguam
e o sentido escapa
de uma existência
que não se justifica
além de si
e as coisas prontas, disponíveis,
não cabem no meu número, ou encaixam
espiritualmente
a matéria não bastA MAIS
O QUE EU FAÇO
com tanta vida
que escorre na existência
insignificada em derrrrrame agudo
que escorrrrre na existência que expõem
a natureza duma responsabilidade
grossa que se parte grave
procurando algo que nunca será
nada além de, reticências partidas...
e o sentido escapa
de uma existência
que não se justifica
além de si
e as coisas prontas, disponíveis,
não cabem no meu número, ou encaixam
espiritualmente
a matéria não bastA MAIS
O QUE EU FAÇO
com tanta vida
que escorre na existência
insignificada em derrrrrame agudo
que escorrrrre na existência que expõem
a natureza duma responsabilidade
grossa que se parte grave
procurando algo que nunca será
nada além de, reticências partidas...
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embaraçoso,
poesia,
vergonha alheia,
vísceras
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Guerra
O que é uma guerra?
Simples e infantil te pergunto:
Por quê? Qual é o sentido?
O que vai te resolver sair tretando na vida?
De verdade... tá rolando,
parece que se aproxima como uma besta apocalíptica
daqueles mitos que precisam ser resgatados
pois as imagens estão muito distantes dos círculos
e sem referência cotidiana.
Precisa pensar no passado pra entender...
É coisa de filme dentro das sociedades...
pessoas brincando de bang-bang ao vivo,
correndo de carro e moto, na roleta russa...
e eu assistindo na minha própria preocupação cotidiana,
besta e metropolitana...
fazendo da vida exatamente o que hollywood
mostrou por décadas, por razões dramáticas.
Ou sou só eu preocupado com o noticiário, viajando na deles?
Tá do jeito que sempre foi, se olhar pro passado...
Simples e infantil te pergunto:
Por quê? Qual é o sentido?
O que vai te resolver sair tretando na vida?
De verdade... tá rolando,
parece que se aproxima como uma besta apocalíptica
daqueles mitos que precisam ser resgatados
pois as imagens estão muito distantes dos círculos
e sem referência cotidiana.
Precisa pensar no passado pra entender...
É coisa de filme dentro das sociedades...
pessoas brincando de bang-bang ao vivo,
correndo de carro e moto, na roleta russa...
e eu assistindo na minha própria preocupação cotidiana,
besta e metropolitana...
fazendo da vida exatamente o que hollywood
mostrou por décadas, por razões dramáticas.
Ou sou só eu preocupado com o noticiário, viajando na deles?
Tá do jeito que sempre foi, se olhar pro passado...
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terça-feira, 19 de julho de 2011
Crânios
Nossos contingentes crânios vivos
Ali no travesseiro compartilhado
Pressionam nossa existência
à revelação de uma condição
pelos lábios, sonda adentro,
crânio com crânio, vivos!
Pernas trançadas até as cadeiras,
empuxos firmes pelos cabelos
A resfregar dente com carne,
com dente, com carne
num fio frio dilacerado à espinha
que convulsiona o resto todo misturado
num simples vetor, biológico e feliz.
Ali no travesseiro compartilhado
Pressionam nossa existência
à revelação de uma condição
pelos lábios, sonda adentro,
crânio com crânio, vivos!
Pernas trançadas até as cadeiras,
empuxos firmes pelos cabelos
A resfregar dente com carne,
com dente, com carne
num fio frio dilacerado à espinha
que convulsiona o resto todo misturado
num simples vetor, biológico e feliz.
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Ontologia do Cachorro
Não é bem poesia canina
é mesmo uma estatística em clausura
Desconfiada demais
de como um cachorro sarnento
apanha suas coisas humanas...
suas pulgas e peçanhas
no mato da vida sem luz.
Suas partes e portas fechadas
e perspectivas rasteiras, chapadas
contra concebendo em cruzadas
o pavor das noites claras que caem
o giro das viaturas
a recolher nós vagabundos
e impedir-nos as matilhas
de traumatizados, terão mais sabão:
"cachorro lobo é melhor morto"
Tão humano com vontade, medo e latidos
para com aquele frango girando na padoca
de cadela banca a louca
e baba espuma branca pela boca
seca deste agosto.
é mesmo uma estatística em clausura
Desconfiada demais
de como um cachorro sarnento
apanha suas coisas humanas...
suas pulgas e peçanhas
no mato da vida sem luz.
Suas partes e portas fechadas
e perspectivas rasteiras, chapadas
contra concebendo em cruzadas
o pavor das noites claras que caem
o giro das viaturas
a recolher nós vagabundos
e impedir-nos as matilhas
de traumatizados, terão mais sabão:
"cachorro lobo é melhor morto"
Tão humano com vontade, medo e latidos
para com aquele frango girando na padoca
de cadela banca a louca
e baba espuma branca pela boca
seca deste agosto.
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