Uma gazeta existencial e pós-contemporânea. Contém poesias embaraçosas, expressões viscerais escarradas e uma boa dose de caótico desejo intenso. Tudo sem absolutamente nenhum compromisso com a verdade ou ficção.
terça-feira, 8 de abril de 2008
Deixa eu ver, Cariño, deixa?
Mostrou os olhinhos brilhando com um sorriso... Não tem como não se alegrar. Poderia ficar ainda mais horas online para encontrá-la daquele jeito. Falar era uma telepatia com os dedos. Os silêncios não eram vácuos, pois se preenchiam de calores efusivos. Claramente um ritmo se estabelecia com a respiração.
Vez ou outra ela ligava a webcam. Madeixas negras enquadrando o pescoço e ombro nú. Queria sabê-la, mas perdia o raciocínio em contemplação perplexa. Ela falou que tinha engordado. Sabia que era a deixa para um galanteio mais ousado:
"vc deve tá uma delícia então..."
Imaginava tudo ainda mais redondinho, curvas firmes e suspensas. Quando ela ficava de pé, sua pele sustentava com rígida suavidade toda a carne, cujo peso reforçava ainda mais a perfeita hipérbole na pele debaixo dos seios e da bundinha. Incentivava contido, mas ofegante:
"levanta preu te ver, Cariño
tenho certeza de que vc tá maravilhosa"
A ninfa sabia o que fazer para provocá-lo até o fim. Não existe fetiche mais cruel que a virtualidade:
"não posso, estou só de calcinha"
Foi assim e mais algumas deixas...
"Deixa eu ver, Cariño, deixa?"
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
O Virtual, o último fetiche!
Postar um comentário