Eu culpo todos vocês pela morte do meu amor
e pela morte dos meus heróis, eles não voltam!
Culpo vocês pela minha raiva preta e pelo dinheiro que não mereci.
Não teria como culpar a minha falta de traquejo social,
minha falta de paciência, como culpar o que não há?
Culparia meus critérios, ética e demais inconformidades desenvolvidas?
Tão pouco poderia culpar o que sinto enquanto resto algébrico.
Talvez ainda possa renascer, mas me sinto morto para vocês.
Minha vontade de participar já era, tão ordinário me comprovaram
Eu culpo vocês por me desmotivarem à vida, à lógica,
à sociedade.
Eu culpo vocês todos pelos meus desejos frustrados.
Eu culpo vocês pelas minhas falhas tão celebradas para me desvalorizar
Culpo vocês pelas possibilidades e sonhos tão lindos que vocês me mostraram.
Culpo vocês pela linguagem, culpo pelo meu nome e pela gana sexual.
Por me diferenciarem dos animais, sendo eu tão espécime.
Culpo vocês por minha humanidade tão frágil, mesquinha e triste.
Culpo vocês pelas ideologias transitórias e insuficientes para dar conta da complexidade.
Culpo vocês pela experiência temporal e por envelhecer,
pelo espelho, pelos meus cortes de cabelo!
Pela falta que me faz ser assim tão culpado
Culpo vocês pela culpa de não estar completo sozinho e ser assim tão coletivo.
Uma gazeta existencial e pós-contemporânea. Contém poesias embaraçosas, expressões viscerais escarradas e uma boa dose de caótico desejo intenso. Tudo sem absolutamente nenhum compromisso com a verdade ou ficção.
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
O leviano
O leviano é de lata e leve
e levou longe o love.
Ele vem de blablablá e cinismo
à moda helênica, lima a práxis
e ele é liso e lesa a lógica
E ele é light e late, late tarde...
E longe ermita da latitude argumentativa
razoável e finalmente morta em ideal,
neste sentido
o leviano ainda beberá leite real.
Lava-me a alma em ironia,
o leviano é um deleite!
e levou longe o love.
Ele vem de blablablá e cinismo
à moda helênica, lima a práxis
e ele é liso e lesa a lógica
E ele é light e late, late tarde...
E longe ermita da latitude argumentativa
razoável e finalmente morta em ideal,
neste sentido
o leviano ainda beberá leite real.
Lava-me a alma em ironia,
o leviano é um deleite!
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sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Pequenas Saudades
Seu corpo pequeno e suave faz formas que desejo...
Que saudade de outro beijo,
Que saudade de outro beijo.
E me envelheço toda vez que repito
Estes absurdos...
E repito as mesmas saudades da vida que escorre.
Sem saber de outras vidas
Nesta mesmo que agora vivo
Envelhecendo minhas pequenas saudades.
Repito o ser humano mais comum
que se pode nascer e viver.
Este que sempre passou pelos mesmos dramas na vida.
Este intervalo que só começa a fazer sentido
Quando na maioria das vezes já é tarde demais.
Que saudades de outro beijo,
que saudades do primeiro sexo.
Que saudades de procurar,
Sem saber o que já há...
Que saudade de outro beijo,
Que saudade de outro beijo.
E me envelheço toda vez que repito
Estes absurdos...
E repito as mesmas saudades da vida que escorre.
Sem saber de outras vidas
Nesta mesmo que agora vivo
Envelhecendo minhas pequenas saudades.
Repito o ser humano mais comum
que se pode nascer e viver.
Este que sempre passou pelos mesmos dramas na vida.
Este intervalo que só começa a fazer sentido
Quando na maioria das vezes já é tarde demais.
Que saudades de outro beijo,
que saudades do primeiro sexo.
Que saudades de procurar,
Sem saber o que já há...
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segunda-feira, 24 de junho de 2013
Manifestação
Manifesto toda a perspectiva histórica
No desejo de fusão social à força
De encontrar um semelhante na multidão
Depois de tão individualizado ódio
Pouca coisa nos parecia comum
Só um tanto contra o total customizado
Que gigante, patético e grogue.
E assim viciado em pimenta, vinagre,
nesta salada lacrimogênea manifesto
Cheirado como uma dispersão com choque.
No desejo de fusão social à força
De encontrar um semelhante na multidão
Depois de tão individualizado ódio
Pouca coisa nos parecia comum
Só um tanto contra o total customizado
Que gigante, patético e grogue.
E assim viciado em pimenta, vinagre,
nesta salada lacrimogênea manifesto
Cheirado como uma dispersão com choque.
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sexta-feira, 7 de junho de 2013
Qualidades Materiais da Humanidade
Você bem sabe a tempos
Que poesia demais
Não pode ser funcional
Poesia é crise, caraminholas
São palavras pulando e faltando;
Onde a linguagem
É plena figura.
Poesia demais é agrura
É gente dizendo o que não pode
De um jeito que é cifrado
Ou esquisito e impopular;
Cuja função é afastar silente
Quem não tá ali pra religar
Às sinapses da compaixão.
Não pode ter mais poesia,
Não pode ser menos prodígio
O mal escravo tal o profissional liberal
A dedicação com excelência opaca,
A brilhante divindade e abnegação,
Só a paixão nos faz transparentes,
Só a poesia contempla-me, translúcido sujeito em crise.
Que poesia demais
Não pode ser funcional
Poesia é crise, caraminholas
São palavras pulando e faltando;
Onde a linguagem
É plena figura.
Poesia demais é agrura
É gente dizendo o que não pode
De um jeito que é cifrado
Ou esquisito e impopular;
Cuja função é afastar silente
Quem não tá ali pra religar
Às sinapses da compaixão.
Não pode ter mais poesia,
Não pode ser menos prodígio
O mal escravo tal o profissional liberal
A dedicação com excelência opaca,
A brilhante divindade e abnegação,
Só a paixão nos faz transparentes,
Só a poesia contempla-me, translúcido sujeito em crise.
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quinta-feira, 23 de maio de 2013
Reconheça-me
É só uma maré de sorte
e dinheiro não tem nada a ver
com merecimento, mesmo...
É caos, é regra, tempo e cimento,
água, traição, luxo e lamento.
Uma promessa no crédito
e muitas crenças no débito
e um fluxo piroclástico no aposento
que a maturidade cabisbaixa traga
poupança de Sancho Pança
inebriado, hálito etílico, desabilitado.
Mas não trará por certo
nada puro, limpo, sustentável ou capitalizado
Não há filtro certo, não evoluímos mais.
é o tempo: não crescemos depois de velhos,
nossos filhos vivem mais
que viveriam nossos pais,
conservados e vitoriosos de que
os desejos são constantes e nos adaptamos
a trocar nossa energia em relações
ostensivas e ofensivas com a fé
procurando qualquer sonho que se cumpre
porque já perdi a criança que dormia
e a realidade não ajuda explicar a existência
o sentido se dilui próximo aos limites objetivos
e a linha imaginaria, a border line
se apresenta para desalinhar meus pares,
sentir louco e sem identidade, calar.
o que me resta já não faz o que sonhara
tempo escorre, escorre e quebra minha cara.
e dinheiro não tem nada a ver
com merecimento, mesmo...
É caos, é regra, tempo e cimento,
água, traição, luxo e lamento.
Uma promessa no crédito
e muitas crenças no débito
e um fluxo piroclástico no aposento
que a maturidade cabisbaixa traga
poupança de Sancho Pança
inebriado, hálito etílico, desabilitado.
Mas não trará por certo
nada puro, limpo, sustentável ou capitalizado
Não há filtro certo, não evoluímos mais.
é o tempo: não crescemos depois de velhos,
nossos filhos vivem mais
que viveriam nossos pais,
conservados e vitoriosos de que
os desejos são constantes e nos adaptamos
a trocar nossa energia em relações
ostensivas e ofensivas com a fé
procurando qualquer sonho que se cumpre
porque já perdi a criança que dormia
e a realidade não ajuda explicar a existência
o sentido se dilui próximo aos limites objetivos
e a linha imaginaria, a border line
se apresenta para desalinhar meus pares,
sentir louco e sem identidade, calar.
o que me resta já não faz o que sonhara
tempo escorre, escorre e quebra minha cara.
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Ginolatria Cardioclasta
O problema não é com as mulheres,
Problema é com a paixão.
As mulheres só acontecem de me apaixonarem,
mas é a paixão quem me viola.
Quem me expõe, pássaro canoro
cativo, fugido e liberto da gaiola...
Às mulheres só meu canto, meu sujeito,
É fera então que me devora.
As mulheres são imagens que projeto
das coisas que faltam em mim, ou não quis,
e preciso por desejo assim lacaniano.
A paixão é quem é real e objeta,
Quem faz o tempo, o verbo, a ginolatria cardioclasta.
Problema é com a paixão.
As mulheres só acontecem de me apaixonarem,
mas é a paixão quem me viola.
Quem me expõe, pássaro canoro
cativo, fugido e liberto da gaiola...
Às mulheres só meu canto, meu sujeito,
É fera então que me devora.
As mulheres são imagens que projeto
das coisas que faltam em mim, ou não quis,
e preciso por desejo assim lacaniano.
A paixão é quem é real e objeta,
Quem faz o tempo, o verbo, a ginolatria cardioclasta.
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quinta-feira, 25 de abril de 2013
Simples Moderno
O simples é meu raso,
moderno mas raso a mim,
fácil e raso, commodity mágico.
A profundidade marina das vidas
secretas, caladas, escuras
são mais prolixas, sedimentares, cristalizadas...
Papilas e pupilas diversas, difusas,
divagam e divergem sem consenso
mas vida abissal profunda penumbra
pesada e complexa, amplexa.
Essa estrada é uma fronteira
entre o espaço posto
e todo o resto dos sentimentos
não tão modernos
quanto a casa e carro que me fazem sonhar.
moderno mas raso a mim,
fácil e raso, commodity mágico.
A profundidade marina das vidas
secretas, caladas, escuras
são mais prolixas, sedimentares, cristalizadas...
Papilas e pupilas diversas, difusas,
divagam e divergem sem consenso
mas vida abissal profunda penumbra
pesada e complexa, amplexa.
Essa estrada é uma fronteira
entre o espaço posto
e todo o resto dos sentimentos
não tão modernos
quanto a casa e carro que me fazem sonhar.
sábado, 9 de março de 2013
O que amo
Não é seu corpo,
é seu gosto, que seja
então não pela pele
que enruga, envelhece
não pela carne
que seca
não pelo sol
que inverna vida
mas pelo gosto
que ressalta,
pelo gozo
que aprofunda e
[malta,
pelo que me falta.
é seu gosto, que seja
então não pela pele
que enruga, envelhece
não pela carne
que seca
não pelo sol
que inverna vida
mas pelo gosto
que ressalta,
pelo gozo
que aprofunda e
[malta,
pelo que me falta.
quarta-feira, 6 de março de 2013
Quando falo
Quando falo
todos calam
ninguém sabe
o que eu falei
Quando calo
todos falam
ninguém cabe
o que eu calei
Quando galo
todos pulam
ninguém sambe
o que eu bailei
todos calam
ninguém sabe
o que eu falei
Quando calo
todos falam
ninguém cabe
o que eu calei
Quando galo
todos pulam
ninguém sambe
o que eu bailei
sábado, 5 de janeiro de 2013
Apego
Não é que tenha perdido minha espiritualidade,
Ou que o mundo dos sonhos e ideais tenha sido recalcado,
Jogado em um lugar obscuro da existência...
Pelo contrário, eles são condicionantes,
Como ainda são o tempo e o espaço ao corpo
Só que eles estão aqui na realidade agora.
Muito misturados, por certo, à matéria...
Não dá mais pra dizer quem é café e quem é leite
no que antes era escuro ou via láctea.
Na realidade eu acordo com o mundo dos outros
E ela só me pede de volta o caos que trago.
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