Nossos contingentes crânios vivos
Ali no travesseiro compartilhado
Pressionam nossa existência
à revelação de uma condição
pelos lábios, sonda adentro,
crânio com crânio, vivos!
Pernas trançadas até as cadeiras,
empuxos firmes pelos cabelos
A resfregar dente com carne,
com dente, com carne
num fio frio dilacerado à espinha
que convulsiona o resto todo misturado
num simples vetor, biológico e feliz.
Uma gazeta existencial e pós-contemporânea. Contém poesias embaraçosas, expressões viscerais escarradas e uma boa dose de caótico desejo intenso. Tudo sem absolutamente nenhum compromisso com a verdade ou ficção.
terça-feira, 19 de julho de 2011
Crânios
Cartas de Navegação:
amor,
poesia,
trip nostra,
vergonha alheia,
vísceras
Ontologia do Cachorro
Não é bem poesia canina
é mesmo uma estatística em clausura
Desconfiada demais
de como um cachorro sarnento
apanha suas coisas humanas...
suas pulgas e peçanhas
no mato da vida sem luz.
Suas partes e portas fechadas
e perspectivas rasteiras, chapadas
contra concebendo em cruzadas
o pavor das noites claras que caem
o giro das viaturas
a recolher nós vagabundos
e impedir-nos as matilhas
de traumatizados, terão mais sabão:
"cachorro lobo é melhor morto"
Tão humano com vontade, medo e latidos
para com aquele frango girando na padoca
de cadela banca a louca
e baba espuma branca pela boca
seca deste agosto.
é mesmo uma estatística em clausura
Desconfiada demais
de como um cachorro sarnento
apanha suas coisas humanas...
suas pulgas e peçanhas
no mato da vida sem luz.
Suas partes e portas fechadas
e perspectivas rasteiras, chapadas
contra concebendo em cruzadas
o pavor das noites claras que caem
o giro das viaturas
a recolher nós vagabundos
e impedir-nos as matilhas
de traumatizados, terão mais sabão:
"cachorro lobo é melhor morto"
Tão humano com vontade, medo e latidos
para com aquele frango girando na padoca
de cadela banca a louca
e baba espuma branca pela boca
seca deste agosto.
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