Juntaram 20 músicas que podem ser consideradas plágio e colocaram neste vídeo. Vale a pena conferir e perceber aqueles que são "mais iguais" que os outros. Não me convenci de que algumas ali são plágio, mas como não sou nenhum técnico musical também... vale a pena a diversão.
Uma gazeta existencial e pós-contemporânea. Contém poesias embaraçosas, expressões viscerais escarradas e uma boa dose de caótico desejo intenso. Tudo sem absolutamente nenhum compromisso com a verdade ou ficção.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Nós na garganta
Assim como a palavra
desnuda o pensamento,
também o movimento
revela a intenção.
Cogito ergo sum?
Ser livre, ao contrário,
não se trata do salário
mas de escolha, opção.
O detento é livre p'ra escapar.
Fazer-se libertar é que são elas:
as angústias, autonomia das escolhas.
Liberdade, liberdade...
As pessoas se amarram com as palavras,
quase se enforcam com aquelas últimas, as inefáveis...
Depois presenteiam-se como nós.
desnuda o pensamento,
também o movimento
revela a intenção.
Cogito ergo sum?
Ser livre, ao contrário,
não se trata do salário
mas de escolha, opção.
O detento é livre p'ra escapar.
Fazer-se libertar é que são elas:
as angústias, autonomia das escolhas.
Liberdade, liberdade...
As pessoas se amarram com as palavras,
quase se enforcam com aquelas últimas, as inefáveis...
Depois presenteiam-se como nós.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Nihil lacrima citius arescit
P'ra eu te esquecer é um minuto.
O que eu chorei
Foi só por pobre de mim.
Amanhã vai ter outro a fim
E nem lembrarei
que disseram que amei.
Pois bem eu sabia
que seu coração aflito
evitava o conflito
e cansado durmia,
se achando o astuto,
enquanto eu gozei.
Sei, bem, eu sei.
O que eu chorei
Foi só por pobre de mim.
Amanhã vai ter outro a fim
E nem lembrarei
que disseram que amei.
Pois bem eu sabia
que seu coração aflito
evitava o conflito
e cansado durmia,
se achando o astuto,
enquanto eu gozei.
Sei, bem, eu sei.
Cartas de Navegação:
amor,
arte,
embaraçoso,
poesia,
trip nostra,
vergonha alheia,
vísceras
sábado, 10 de janeiro de 2009
A insustentável leveza
"If we have only one life to live, we might as well not have lived at all" (Milan Kundera)
A dualidade maniqueísta entre leve e pesado só parece um grande dilema para a classificação das tradicionais associações ocidentais (positivo/bom e negativo/ruim) porque a relatividade não costuma ser fácil para a ordem e boa análise, ainda que incorporados pela ciência em alguns aspectos. Assim, o único aspecto que podemos comprovar - nesta relação entre muitos ou poucos Newtons atraindo nossa existência para o centro gravitacional da terra - é que se trata de fato de uma dualidade sensível aos seres dotados de massa.
Porém, dizer absolutamente que determinado objeto ou subjetividade é pesada ou leve determina um ponto de referência que relativizará todo nosso raciocínio necessariamente: denotativo ou conotativo? Os dois, a metáfora só é boa quando é concreta: qualquer nomeação, tipificação, organização não passa de moral, um juízo de valor e/ou necessidade de economia lingüística em favor do grupo social e sua perpetuação. Metáfora da metáfora é meta-metáfora e isso não interessa a ninguém, só ao artista "ainda não-exilado" de ditaduras.
Uma criança, desde o momento em que é fecundada, começa a ganhar peso. Deixa de ser leve e passa a existir com o peso do gozo que é guardado pelo corpo, que o nutre até o momento em que é pesado demais para ser uma pessoa só, nasce.
O peso não pára de crescer. Peso é energia potencial. Peso é corpo. No corpo é onde se sente, é o meio da vida. Cada mililitro de sangue, leite, proteína e água sorvido por um bebê trata-se de energia humana em última instância. Este é um comprometimento do qual não se tem volta, é uma promissória assinada com a linguagem que se ganha a nova cada cognição.
Chega (ou não, para alguns) o momento da vida que somos suficientemente pesados e temos carne, ossos, músculos, nervos, olhos e paladares que são excelentes para nossa independência vital. Suficientes para um ego no limite social de sua liberdade, felicidade, saúde, bem-estar, hormônios estabilizados e em harmonia com os pensamentos.
Esta carne madura começa a murchar logo após seu clímax. Começa a pagar a conta de tanto investimento. A sociedade cobra cada caloria de volta e o peso da cobrança tem o fiel da balança na consciência particular e cada particular ruga no rosto. Muitas vezes dá origem a outra carne da qual se responsabilizará de fornecer energia, voz e peso. "Uma única metáfora pode dar a luz ao amor".
Isso acontecerá enquanto a carne definha e fica insustentavelmente leve (alguns chegam a perder o cálcio dos ossos, quebram). Até o momento em que não há mais nada armazenado naquele corpo para ser entregue de volta ao conjunto da energia humana.
O corpo, inútil, é gentilmente devolvido à terra, à água, ao fogo, ao ar. A memória daquela energia humana tão concentrada se esvaiu numa mágica desmaterializante. Borboletas esvoejam de dentro de uma caixa que não se quereria abrir: a caixa das histórias que não acontecerão mais naquela companhia.
A dualidade maniqueísta entre leve e pesado só parece um grande dilema para a classificação das tradicionais associações ocidentais (positivo/bom e negativo/ruim) porque a relatividade não costuma ser fácil para a ordem e boa análise, ainda que incorporados pela ciência em alguns aspectos. Assim, o único aspecto que podemos comprovar - nesta relação entre muitos ou poucos Newtons atraindo nossa existência para o centro gravitacional da terra - é que se trata de fato de uma dualidade sensível aos seres dotados de massa.
Porém, dizer absolutamente que determinado objeto ou subjetividade é pesada ou leve determina um ponto de referência que relativizará todo nosso raciocínio necessariamente: denotativo ou conotativo? Os dois, a metáfora só é boa quando é concreta: qualquer nomeação, tipificação, organização não passa de moral, um juízo de valor e/ou necessidade de economia lingüística em favor do grupo social e sua perpetuação. Metáfora da metáfora é meta-metáfora e isso não interessa a ninguém, só ao artista "ainda não-exilado" de ditaduras.
Uma criança, desde o momento em que é fecundada, começa a ganhar peso. Deixa de ser leve e passa a existir com o peso do gozo que é guardado pelo corpo, que o nutre até o momento em que é pesado demais para ser uma pessoa só, nasce.
O peso não pára de crescer. Peso é energia potencial. Peso é corpo. No corpo é onde se sente, é o meio da vida. Cada mililitro de sangue, leite, proteína e água sorvido por um bebê trata-se de energia humana em última instância. Este é um comprometimento do qual não se tem volta, é uma promissória assinada com a linguagem que se ganha a nova cada cognição.
Chega (ou não, para alguns) o momento da vida que somos suficientemente pesados e temos carne, ossos, músculos, nervos, olhos e paladares que são excelentes para nossa independência vital. Suficientes para um ego no limite social de sua liberdade, felicidade, saúde, bem-estar, hormônios estabilizados e em harmonia com os pensamentos.
Esta carne madura começa a murchar logo após seu clímax. Começa a pagar a conta de tanto investimento. A sociedade cobra cada caloria de volta e o peso da cobrança tem o fiel da balança na consciência particular e cada particular ruga no rosto. Muitas vezes dá origem a outra carne da qual se responsabilizará de fornecer energia, voz e peso. "Uma única metáfora pode dar a luz ao amor".
Isso acontecerá enquanto a carne definha e fica insustentavelmente leve (alguns chegam a perder o cálcio dos ossos, quebram). Até o momento em que não há mais nada armazenado naquele corpo para ser entregue de volta ao conjunto da energia humana.
O corpo, inútil, é gentilmente devolvido à terra, à água, ao fogo, ao ar. A memória daquela energia humana tão concentrada se esvaiu numa mágica desmaterializante. Borboletas esvoejam de dentro de uma caixa que não se quereria abrir: a caixa das histórias que não acontecerão mais naquela companhia.
Assinar:
Postagens (Atom)